terça-feira, 17 de maio de 2011

Retrospective Guy Bourdin


São ainda poucas as exposições de nomes importantes internacionais que aparecem fora do eixo Rio/São Paulo, então, quando aparece algo nesse sentido, não dá para deixar de comparecer. É o caso desta exposição de Guy Bourdin que está no MAC e traz uma retrospectiva de trabalho do fotografo.

Segundo o encarte da exposição, as fotografias de Guy Bourdin remetem à Alfred Hitchcock. Pode ser. Mas remetem ainda à François Truffaut quando Blow Up surge instantaneamente em nossas cabeças em alguns trabalhos do artista. Artista porque emerge da condição de fotografo de moda para pintar verdadeiras obras de arte contemporânea através de suas fotos.

Se dentro da fotografia de moda sua influencia é inegável, outras áreas beberam perceptivelmente da fonte de Guy Bourdin, e fica impossível não remetermos à David Lynch, outro gênio do cinema, que tem claramente traços de Guy Bourdin tanto na fotografia como na atmosfera sexual de seus filmes.

Mas o que mais chama atenção observando as telas de Guy Bourdin é pensar na importância do artista na vanguarda da fotografia de moda. Pensar em certas imagens nas páginas da Vogue francesa ou da Marie Claire da década de 70 é curioso e chega a ser divertido. Com certeza, junto com Irving Penn e Helmut Newton, Guy Bourdin faz parte dos grandes nomes vanguardistas da fotografia de moda e também da arte contemporânea.

Arte contemporânea, moda, cinema. Tudo está presente no trabalho do fotografo, o que torna a exposição ainda mais imperdível.



A exposição Retrospective Guy Bourdin está no MAC de Porto Alegre que fica no sexto andar da Casa de Cultura Mario Quintana, até 10 de junho.

segunda-feira, 16 de maio de 2011

Regina Silveira - Mil e um dias e outros enigmas.

Regina Silveira tomou conta da Fundação Iberê Camargo, literalmente.

A exposição começa do lado de fora onde já se vê a palavra LUZ projetada gigante na fachada do prédio. Antes de se chegar às salas expositivas, entrando no museu, se vê os primeiros trabalhos. Grandes imagens aplicadas na parede brincam com a percepção do espectador criando uma ilusão de tamanho e profundidade. Um grande botão de roupas é costurado na parece por uma grande agulha que continua fincada em uma das grandes paredes do “interior do cubo branco” da Fundação.

A artista brinca com proporções propondo uma espécie de jogo de luz, sombra e objeto com o espectador, além de provocar sensações intrigantes com um ambiente tomado por insetos gigantes.

O aspecto formal da exposição é trabalhado perfeitamente, incluindo os desenhos preparatórios para as obras, e a integração com o ambiente é impecável. É feita para que se consiga penetrar no universo dessa artista (que há tempos, em suas obras, vem trabalhando a percepção e a forma como a realidade é representada), e para que desvendemos o universo das coisas a nossa volta por uma perspectiva de aparências.

A exposição de Regina Silveira é lúdica! No melhor sentido da palavra lúdica.


Dica: nem precisa ir até o último andar ver as obras do Iberê Camargo do acervo. (desculpa, Iberê, mas te acho chato.)


Exposição em cartaz até o dia 29 de maio na Fundação Iberê Camargo em Porto Alegre.