terça-feira, 25 de setembro de 2012

A melhor coisa do ballet é saber voar.
Ah, como eu queria ainda saber voar...
Só assim eu voaria rápido para longe. 
Para longe de mim. Longe de ti. Longe de ti em mim.
Ah, como eu queria ainda sentir a dor que corre todo o corpo numa aterrissagem em quinta posição. 
A dor  do esforço, da insistência, da perfeição.
E essa voltaria a ser a única dor.
Ah, como eu queria ainda saber girar. E girar, e girar, e fouettes, e fouettes.
Girar até perder os sentidos e não mais saber nem onde ou quando. 
E só assim, perdida no tempo eu ia poder fugir. 
Fugir de mim. Fugir de ti. Fugir de ti em mim.