quinta-feira, 17 de junho de 2010


Sempre que pego qualquer livro na biblioteca sempre escolho a edição mais antiga. Gosto do cheiro, do amarelado das folhas e principalmente de imaginar aquelas dezenas ou (dependendo do livro) centenas de pessoas que acompanharam aquela mesma história que eu to prestes a conhecer. É como se elas estivessem no passado, mas um passo a frente de mim, por já saberem tudo o que vai acontecer nesse livro que eu recém tenho em mãos.


Gosto de imaginar quantas pessoas riram das mesmas frases que eu ri, ou choraram nos mesmos trechos em que eu chorei. Ou quantas dessas pessoas desistiram do livro na metade e seguiram suas vidas sem saber o final.


Gosto de pensar onde estão essas pessoas agora. O que estão fazendo. Que livro estão lendo. Será que eu já peguei o livro que agora elas pegaram?


Será que elas gostam de sorvete? Será que uma delas está apaixonada? Será que a pessoa que marcou a página 225 dobrando a pontinha da folha está feliz hoje?


Queria conhecer as pessoas assim, de longe. Saber o que pensam, como vivem, do que gostam, o que odeiam. Quem são. Mas assim; sempre de longe, sempre protegida atrás de um livro empoeirado.

Um comentário:

Bernardo disse...

achei que o dunga fosse a unica pessoa que acha que tem gente que não gosta de sorvete!