sábado, 17 de setembro de 2011

O bom filho (italiano) à casa torna.

Hora de tirar um pouco da poeira desse blog.

Pra quem não sabe, estou de volta em Curitiba! Não inteira, já que deixei um pedação meu por lá (um pedação de 'coxa gostosa').

Voltar para casa é quase tão difícil (se não mais) que sair. Dessa vez você não precisa aprender a fazer comida, lavar roupa, limpar o banheiro, mas precisa aprender a ter paciência, muita, mas muita paciência. Muita!

Minha família é 100% italiana. 100% mesmo! Avós maternos, paternos, bisavós e toda minha arvore genealógica. O que significa que eu estou tendo que aprender a ter muito, mas muito mais paciência do que uma família... normal. Porque nós, italianos, não somos normais.

Sugiro para quem está lendo este post que assista o filme Mambo Italiano. Não que eu seja gay e tenha que contar isso aos meus pais, mas só pra dar uma ideia de como as famílias italianas agem. A minha é bem parecida com a do filme... só que pior.

O drama e o sofrimento correm nas veias. Penso que é devido o fato de os italianos (e minha família) serem muito católicos. O sofrimento enobrece a alma e vamos todos para o céu, portanto, nada como um bom sofrimento em terra para garantir a vida eterna.

Minha mãe é craque em sofrer! Agora, por exemplo, decidiu que está com diabetes e tem se dedicado a este sofrimento já que o sofrimento anterior (a dor insuportável e incurável no joelho) passou.

Meus avós são mais adeptos da conversa direta com o Senhor. Acredito que meu avó e Jesus Cristo estudaram juntos. Não só pela idade compatível mas porque meu avô anda falando de Jesus como se fossem amigos íntimos. 

Minha última visita aos meus avós foi um grande sofrimento pra mim (ora, também sou italiana). Em meio a uma conversa aleatória, a qualquer momento, meu avô dizia: "Acho que esse é um bom momento para rezarmos. Pai nosso, que estais no céu..." E todos o seguiam!! Como se aquilo fosse normal! Sentia como se estivesse no meio de um musical, mas no lugar de as pessoas saírem dançando e cantando de repente, todos começavam a rezar. Só eu parecia achar aquilo estranho. Acredito ter sido a única a não receber o roteiro desse musical gospel que minha família insiste em participar.

Mas família não se escolhe. Porque se se escolhesse, ia querer ter nascido em uma família bem pobre africana pra ser adotada pela Angelina Jolie. 

Enfim... de volta a Curitiba. Com muita paciência. E muito sofrimento, que é pra ir direto pro céu!!!


Ouvindo: Billie Holiday - These Foolish Things

3 comentários:

César Augusto disse...

Um pedaço do meu coração está aí contigo! Nunca se esqueça disso!!! Só não deixo levar as 'coxa', pois no ano passado um onibus quase levou minha perna e sei que essas partes do corpo são importantes pra mim! Te amo muito, minha coisinha gostosa!

Anônimo disse...

Parte do meu coração está contigo aí! Só não deixei levar parte das 'coxa', pois ano passado um ônibus quase levou minha perna e sei o quão importante essas partes do corpo são! hehehe! Te amo muito, minha coisinha! E sou fã do teu blog! Mesmo tendo coisas escritas para o animal silvestre que tu gostava no teu passado negro! hehehehe! Beijão!

Anônimo disse...

Seu avô fez ciências sociais? rs