quarta-feira, 23 de abril de 2008

Soneto 71 - Shakespeare

Ah! Não chores por mim quando eu tiver morrido,
Senão enquanto, lento, o sino soluçar,
Dizendo ao mundo vil que dêle enfim partido
Entro os vermes, mais vis ainda, irei morar;
Não, não te lembres, se tu leres estas rimas,
Da mão que as escreveu; porque eu te adoro, e tanto,
Que chego a preferir da mente me suprimas,
Se ao pensares em mim te amargurar o pranto.
Se êstes meus versos - digo - olhares algum dia,
Quando eu tiver a argila a carne confundida,
Não mormures sequer meu nome sem valia,
Mas deixa teu amor findar com minha vida;
Não vendo a tua mágua, o sábio mundo, assim,
Não zombará de ti servindo-se de mim.

Um comentário:

Anônimo disse...

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