quinta-feira, 8 de maio de 2008

A arte de vanguarda no Brasil

A questão da vanguarda, debatida exaustivamente entre artistas plásticos, críticos de arte e nós, alunos de aulas de História da Arte pelas universidades brasileiras, é fundamental para a compreensão da arte nos anos 60 no Brasil. O programa de uma vanguarda de transformação política e o programa de uma vanguarda experimental das artes plásticas estiveram então muito próximos, devido ao contexto político do país, à efervescência da produção artística e à postura crítica dos artistas. O momento político e social brasileiro da época requisitou uma resposta efetiva dos artistas em suas produções. O golpe de Estado de 1964 e o Ato Institucional n° 5 exigiram novas posturas de uma sociedade atônita, e renovados posicionamentos dos artistas. Dentro desse contexto de acirradas lutas políticas e grande experimentação artística, pergunta-se: qual seria a característica dos anos 60? Como ela se formalizou no campo da cultura? Quais pressupostos trazer para pensar globalmente sua produção cultural e artística?

As experimentações da vanguarda nas artes plásticas brasileiras estavam inseridas também no diálogo com as movimentações artísticas internacionais e num quadro de resistência ao regime militar. O debate cultural da época construiu-se no trânsito entre a ação artística e a ação política. No encontro desses dois territórios, seja pela diferença de seus projetos, por aproximações dialéticas ou através de um programa unificador da vanguarda nacional, fundou-se uma das discussões de base daquela década.

As questões abertas pelas artes plásticas estavam estreitamente ligadas a discussões conceituais e ideológicas como nacionalismo, subdesenvolvimento, dependência cultural e o imperialismo econômico norte-americano. Nas discussões de artistas plásticos e crítica da época, foi pensado um projeto de vanguarda nacional que justapunha as artes visuais experimentais ao comprometimento político e social no contexto dos anos 60.

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