terça-feira, 26 de janeiro de 2010

Eu, o Almodovar e o amor.

"Ata-me é um filme mais dramático que Mulheres a beira, e é isso que o torna, a priori, mais pessoal. É verdade que me identifico totalmente com tudo o que é contado sobre Ricki. Compreendo muito bem seu principal problema: a dificuldade que o amante tem de provar ao outro que o ama; sua insegurança face ao outro, que ele nunca sabe se compreendeu bem seus sentimentos; uma incerteza que está sempre presente no amor. Preciso que me digam todos os dias que me amam, e todos os dias isso é algo novo, jamais é conquistado de maneira definitiva. De um dia para o outro, o amor pode acabar. É como um milagre, e todos os dias preciso comprovar que ele continua a existir."
Pedro Almodovar no livro Conversas com Almodovar.
Faz tempo que tava procurando esse trecho do livro. Foi um trecho que ficou super marcado pra mim quando lí. Estranho, mas também pra mim o amor é sempre algo novo que realmente nunca é conquistado de maneira definitiva. Como se eu assimilasse as coisas por ouvido, pelos olhos, e todo dia isso precisasse ser re-assimilado pra ser registrado. É difícil ser assim. Cansa. Cansa o amante e o amado. Cansa a espera, cansa a cobrança.
Pelo menos posso dizer que sou igualzinha ao Almodovar... Pena que não no talento.

Um comentário:

Unknown disse...

Memórias de um peixe dourado...