quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

"Sou fútil, faço moda" (parte II)


Como já disse em algum post anterior, o tema arte/ moda me interessa bastante. E foi pesquisando, lendo e pensando sobre o assunto que me veio uma questão importante: quando e como foi que a moda passou a ser vista com essa aura de futilidade?

Pelo consumismo? Creio que não, caso contrario todo design seria visto de forma semelhante. Então por quê?

Culpa de Alessandro Lampregnani que já no séc XIX começa a editar revistas femininas? Também não acredito nessa hipótese já que imagino que ele não misturava o jornalismo de moda com fofocas de celebridades e afins.

Concordo com Alberto Malfitano, que diz que com o avanço das técnicas no passar dos anos, as imagens ganharam cada vez mais qualidade e, por isso, espaço nas revistas de moda fazendo com que o texto assumisse uma posição "absolutamente secundária" em relação às fotografias. Basta folear uma Vogue pra contatar isso.

Talvez isso faça com que a moda não seja vista como um conteúdo mais denso que necessite de textos, estudo e leitura, tornando inclusive as revistas de moda passa tempo para salão de beleza.

Uma pena. 

É necessário desmistificar a moda!

Fecho esse post com os dizeres de Anatole France, escritor francês ganhador do Nobel de Literatura (em 1921) e, portanto, imagino que nada fútil: 

"Se, do amontoado de obras que serão publicadas cem anos depois da minha morte, eu tivesse a possibilidade de escolher uma, vocês sabem o que eu escolheria [...] Dessa biblioteca do futuro eu não pegaria, não, um romance, nem um livro de história [...] simplesmente, meu amigo, eu pegaria uma revista de moda, para saber como as mulheres se vestirão um século depois da minha morte. E tais vestidos me dariam mais informação sobre a humanidade futura do que todos os filósofos, os romancistas, os pregadores e os cientistas juntos."

Nenhum comentário: