terça-feira, 25 de setembro de 2007

Pela toca do coelho!

Naquele entardecer dourado
O rio descemos
No barco desequilibrado,
Vão frouxos os remos.
A ternura é de mais... mas cuidado:
A direção é de menos.

Ah! Três cruéis, naquela hora
De sonho que envolvia,
Querendo um conto, mesmo embora
Lhe faltasse magia.
Perante a criança que implora,
O que Homero faria?

Imperiosa, manda a Prima:
"Vamos logo, começa!"
Mais gentil Secunda opina:
"Sê sem pé nem cabeça!"
Tertia é menos repentina
Mas se mete na peça.

Atentas, então, silenciosas
Ouvem, com delícia,
As aventuras maravilhosas
Da menina fictícia
Que fala com bichos ou rosas,
Dando trela à notícia.

E quando, da imaginação,
Chegava o poço ao fim
Pressentindo minha intenção
De protelar o festim,
"Agora mais, mais tarde não!",
Bradavam pra mim.

E assim nossa história crescia
Como cresce uma família:
Um conto do outro surgia
No país da maravilha.
"Para casa!", que o sol já descia,
P'ra casa aponta a quilha.

Alice, que a fábula conte
Teu roteiro gigante

Como um sonho, ou o horizonte
Registrado no instante.
Que seja coroada tua fronte
Numa terra distante.


Desde que eu ganhei o livro da minha mãe (ontem), eu não paro de ler um segundo Alice no País das Maravilhas. O livro se junta aos outros quatro livros que eu estou tentando ler no momento, ao mesmo tempo (e sim, ainda não terminei Cem Anos de Solidão). Mas e a cada vez que se lê o Alice fica melhor, e melhor, e melhor...

Pedófilo ou não, Lewis Carrol escreveu uma obra de arte! Um dos livros infantis mais conhecidos, tem pouca coisa de infantil, "fantasias lúdicas sobre a realidade e a linguagem" explora a ausência de sentido e a simbolização. Através de uma historinha fantasiosa, oculta questionamentos de várias espécies, lógicos ou semânticos, problemas psicológicos de identidade e até políticos.

A paixão de Lewis Carrol, além das menininhas de pouca idade e fotografia, era a matemática, a lógica e a linguagem. Daí todas as questões do livro e as brincadeiras com as sentenças completamente sem sentido mas com a gramática correta! Vale a pena ler, pelo menos algumas partes, da obra em inglês pra perceber essa ciência divertida do discurso do autor.

A verdadeira Alice era uma menininha de 10 anos, por quem, dizem os boatos, Lewis tinha uma paixão secreta. A história, que a princípio foi chamada de As Aventuras de Alice no Subterrâneo, foi criada durante um passeio do autor com Alice e suas duas irmãs, pra entreter as garotas. E olhem no que deu... Sucesso mundial!!

É uma pena pensar que um mestre da literatura, matemática, física, e o que quer mais que seja, tivesse uma coleção de fotografias de meninas seminuas e todas essas lendas de pedofilia ao seu redor! Fico sendo só fã da obra, da Alice e do rato Dodô (que é um dos meu personagens preferidos).

A versão que eu ganhei, apesar de ter o texto integral e original, é uma bem simples, daquelas pocket, mas assim que eu convencer a mãe a me dar a versão ilustrada e comentada de aniversário, eu posto mais sobre o que eu aprender sobre a Alice!! OBA!!

4 comentários:

Anônimo disse...

e viva as hist infantis =]]]

Mônica disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Fer disse...

Moniquita, achei no seu profile esse blog! Que legal, vc escreve muito beeeem!!!
Beijão, hasta mañana!

Rafael Budni disse...

Nossa, censura total! Apagando comentários é? Depois que não consegue ir pra direita, não sabe porquê. E isso que tu ainda perdeu a aula sobre Karl Marx hoje naquela faculdade esquerdista.

ENFIM, tu quase me deixou com invejinha, se eu não tivesse terminado de ler Alice ainda hoje. Mas admito que estou com vontade de reler.