quarta-feira, 29 de agosto de 2007

Último dia

Se hoje fosse seu último dia, seria bom não falar para a sua mamãe que ela nem cozinha bem pra ter tanta panela, mas sim que o almoço estava ótimo. Se hoje fosse seu último dia, seria melhor usar o tênis confortável do que o sapato apertado. Se hoje fosse seu último dia, seria bom almoçar lasanha, e não miojo de galinha caipira!

Se hoje fosse seu último dia, que tal não bater boca com o irmão por causa do atraso de manhã? Que tal dar risada com ele, um beijinho e dizer que é o melhor mano do mundo? Também seria bom chamar os amigos para jantar, em vez de ficar sozinha comendo resto de ontem – e servir pizza na louça chique que passou anos no armário. Porque, se hoje fosse seu último dia, seria melhor passá-lo em grande estilo.

Se hoje fosse seu último dia, então, a melhor opção seria usar de uma vez a roupa cara para ir na faculdade. E daí que custou os olhos da cara e vai sujar de marker?

Se hoje fosse seu último dia, tu ia preferir terminar o trabalho do Pedroso ou inventar algo e não ir pra aula só para caminhar no bosque do papa? Se hoje fosse seu último dia, aposto um pila que tentaria ligar para todos os que te importam para dizer “e aí, cabeção... eu te amo, tu sabe, não sabe?”.

Se hoje fosse seu último dia, não haveria tempo suficiente para aparar todas as pontas soltas da vida. Nem para selecionar quem fica com os dvds e quem fica com o Pimpo. Mas se hoje não for seu último dia... Todas as tentativas valerão.

3 comentários:

Unknown disse...

Bonito.
Mas eu acho que fazendo o trabalho do Pedroso, você está mais ao abrigo de insetos agressivos.

Anônimo disse...

:~~]

Rafael Budni disse...

Pedrosão marcando presença até do teu blog.
Eu sinceramente nunca me preocupei com a questão do último dia e sempre odiei essa coisa toda do carpe diem pq tem gente que usa isso como desculpa pra própria preguiça e irresponsabilidade. Mas tenho cada vez mais certeza que a grande culpa do mundo de hoje é aquela pressa toda que a gente tem.
Aquela coisa inadiável e que está correndo semre atrás da gente e que nem nós sabemos ao certo o que é. Algo como aqueles questionamentos do koyaanisqatsi, do tipo: tanta correria pra quê? tanto trabalho pra quê? tanta informação pra quê?

é, ficou chato isso aqui. talvez seja conversa pra outro dia.